Assassino da série “O Paraíso e a Serpente” viaja para a França e assusta passageiros

Não é sempre que você pega um avião com um dos maiores assassinos da história moderna do seu lado. Charles Sobhraj, conhecido como A Serpente, é responsável por uma série de homicídios na Ásia durante a década de 1970, viajou à França neste sábado, dia 24, e assustou algumas pessoas à bordo do vôo.

Sobhraj foi liberado pela Suprema Corte do Nepal na última quarta-feira após mais de vinte anos atrás das grades. Por motivos de saúde, o assassino teve sua liberação adiantada e retornou ao seu país natal, França.

Em entrevista à AFP, Sobhraj declarou-se inocente e aparentou estar bastante tranquilo. “Me sinto ótimo. Tenho muito a fazer. Tenho que processar muita gente, incluindo o Estado do Nepal”, disse ele. Já no aeroporto de Paris, pode sair tranquilamente, ignorando os jornalistas que estavam no local.

Vida de crime e dezenas de homicídios

A história de Charles Sobhraj é longa e foi retratada na série O Paraíso e a Serpente, com produção conjunta da Netflix e da BBC. Durante a década de 1970, viajou para a Tailândia, onde começou sua trajetória como assassino.

Sobhraj fingia ser um comerciante de joias e utilizava sua aparência dócil para atrair jovens mochileiros e transeuntes. Assim, os drogava, roubava e matava. Ao todo, o francês está ligado a mais de 20 homicídios, tendo sido preso em 1976 pelo assassinato de uma jovem norte-americana, cujo corpo foi encontrado em uma praia na Tailândia em 1975.

A Serpente ficou presa até 1997, ano em que voltou a viver em Paris. Ficou notório por dar entrevistas e viver uma vida tranquila, mas retornou ao Nepal em 2003, sendo condenado à prisão perpétua pelo assassinato de Connie Jo Bronzich, uma turista norte-americana. Anos depois, foi também julgado culpado pelo assassinato do seu companheiro.

O policial tailandês Sompol Suthimai foi crucial para conseguir capturar Sobhraj em 1976 em parceria com a Interpol. Porém, o oficial concedeu uma entrevista inesperada à AFP nesta quinta-feira. “Não tenho sentimentos por ele depois de tanto tempo. Acho que ele já pagou por seus atos”, disse Sompol, de 90 anos. Sobhraj hoje está com 78 anos.

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