A primeira passagem de Taylor Swift para shows no Brasil está entrando em editorias que a cantora e os fãs nunca esperariam. A artista já havia passado pelo país para divulgação, porém nunca em turnê. Enfrentando problemas tradicionais do Rio de Janeiro, a estrela pop agora aparece nas manchetes policiais.
No primeiro show, na sexta (17), o calor extremo que tomou conta da cidade deixou o Engenhão em um cenário insalubre para fãs que já acampavam desde cedo. Na segunda música de Taylor, Ana Clara Benevides Machado desmaiou e precisou de atendimento imediato no posto médico. Levada para o hospital, a fã não sobreviveu e teve a morte confirmada ainda na madrugada de sábado (18).
O Ministério da Justiça decretou o prazo de 24h para que a T4F, produtora do show, passe explicações sobre o atendimento médico prestado.
Ainda durante o show, a própria equipe de Taylor Swift tentou ajudar e distribuir água para o público que constantemente precisava abrir espaço para o socorro de fãs desmaiados pelo calor. A T4F impediu que o público entrasse no estádio portando água, que dentro do Engenhão estava sendo comercializada por R$ 8 (quando possível, pois os ambulantes interromperam o abastecimento pela dificuldade de logística).
Novo caos e show adiado
No sábado (18), a segunda apresentação da cantora foi adiada (já com o público no estádio). A equipe do Música e Cinema esteve no estádio e presenciou novos problemas de organização por parte da T4F. No entorno do estádio, antes da abertura dos portões, novamente uma multidão aguardando nas filas e muitos casos de fãs desmaiando por conta da sensação térmica que passou dos 50ºC.
A Prefeitura do Rio de Janeiro até tentou abastecer o público com água, além de levar caminhões para que molhassem a multidão, porém nada disso na vazão necessária para a quantidade de pessoas que aguardavam a entrada no estádio.
Dentro do Engenhão, na pista, alguns pontos de distribuição gratuita de água (em temperatura muito elevada), no entanto novamente com problemas de logística. Partes da pista estavam com cobertura metálica que aqueceu e causou queimaduras em muitos fãs que caíram ou tentaram encostar nessas coberturas.
O posto médico já estava lotado pouco depois da abertura geral dos portões, às 16h. Sem espaço para atendimento, o pequeno efetivo de profissionais da saúde priorizava fãs que já estavam desmaiados e chegavam carregados pelos socorristas ou amigos.
Já com o público no estádio e em condições levantáveis para um show internacional, a produção informou que a apresentação seria adiada para segunda (20), gerando vaias e caos na saída do estádio. Novamente, como já padronizado no Rio de Janeiro, arrastões e caos na logística de quem tentou deixar a região do estádio (que claramente não tem a mínima condição de receber um evento deste porte).
Carros de Taylor Swift foram apreendidos
Os carros utilizados por Taylor Swift foram apreendidos pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Segundo informações da Folha, policiais iniciaram investigação e buscaram os veículos na noite deste sábado (18) após o adiamento dos shows.
Utilizando veículos do modelo Commander (Jeep), a equipe da cantora colocou sacos pretos nas placas para segurança de Taylor Swift. Isso foi avaliado pela polícia, que considerou como adulteração e fez a apreensão no sábado.
O que muitos fãs se perguntam é qual a relevância da atuação policial neste contexto enquanto arrastões acontecem com um grau altíssimo de impunidade na região do Engenhão. Além disso, muitos também questionaram onde estava o efetivo policial (civil e militar) para o auxílio no entorno do estádio e na avaliação de situações de risco no estádio.
Taylor Swift pode ser presa no Brasil?
Mesmo que envolvida em diversas polêmicas, Taylor Swift não deve ser responsabilizada legalmente por nenhum dos problemas. Toda a organização do evento é responsabilidade da T4F, que já é alvo de Investigação pela morte da fã no primeiro show e pelo caos na logística do evento.
Durante a primeira apresentação, único momento em que Taylor Swift teve contato com os fãs, a equipe da cantora tentou auxiliar com água e no resgate de parte do público que já não aguentava o calor.
Deveria ser presa sim, mas jamais uma celebridade como ela seria presa, ainda mais no Brasil.