Diretor de “Clube da Luta” comenta o sucesso do filme entre “incels”
Que triste destino o de “Clube da Luta” (1999)… De fracasso comercial a clássico cult, até virar um filme queridinho dos “incels”, os “autointitulados ‘celibatários involuntários’, [que] culpam as mulheres por não conseguirem ter relações sexuais”, segundo o G1. O diretor David Fincher está consciente do sucesso da produção entre esses grupos misóginos e comentou o assunto em entrevista ao The Guardian.
“Não sou responsável por como as pessoas interpretam as coisas”, comentou o cineasta. “Nós não fizemos o filme para ele, mas as pessoas vão ver o que elas quiserem ver em uma pintura no Norman Rockwell, ou na ‘Guernica’ [tela de Pablo Picasso]”.
“É impossível para mim imaginar que as pessoas não entendam que Tyler Durden [o personagem de Brad Pitt no filme] é uma influência negativa”, comentou o cineasta. “As pessoas que não conseguem entender isso, eu não sei como responder e não sei como ajudá-las”.
Fincher também destacou que “Clube da Luta” não é o único filme adotado pelos incels e por outros grupos que pregam a superioridade masculina nos últimos anos. Produções como “Psicopata Americano” (2000), “Matrix” (1999) e “Coringa” (2019) também viraram queridinhas de muitos desses grupos.
“Clube da Luta”
Adaptação do livro de Chuck Palahniuk, o filme acompanha “O Narrador” (Edward Norton), um trabalhador de escritório deprimido que sofre de insônia e que frequenta vários grupos de apoio durante a noite. Um dia, ele conhece um fabricante de sabonetes radical e anarquista e os dois começam um clube de luta clandestino.
O filme tem críticas ao estilo de vida capitalista e ao consumismo, e o personagem de Brad Pitt é visto como uma “escapatória” de todos esses ideais. O clube de luta é uma forma dos homens recuperarem sua “masculinidade” e um certo controle por suas vidas.
Você pode conferir o filme no Prime Video, na Netflix, no Star+, na HBO Max e na Mubi.
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