The Gard acerta a mão ao apostar em som autoral com referências clássicas

Desde quando foi formada, em 2010, a The Gard teve como objetivo a música autoral, embora tenham ganhado bastante relevância na região metropolitana de Campinas, de onde é originária, com seu show “Tributo ao Led Zeppelin”. Em meio ao setlist das músicas do Led, a The Gard sempre apresentou suas composições próprias. Com o tempo o interesse do público pelas canções autorais foi crescendo e o espaço para elas, no setlist, aumentando.

“Madhouse”, disco de estreia da The Gard, foi então uma consequência natural. Em oito faixas, o power trio paulista transcende suas referências musicais ao oferecer ao público uma experiência musical onde o rock clássico e o contemporâneo convergem, como numa coalização sonora que disponibiliza-se para o futuro, para o desconhecido.

Mostrando muita criatividade e referências de qualidade, o grupo conseguiu criar um som com ótima atmosfera de rock clássico, porém sem cair nos clichês e aplicando roupagens modernas para suas composições e também em “Immigrant Song”. Com uma cozinha muito forte, comandada por Lucas Mandelo (bateria/backing) e Allan Beck Norder (vocal/baixo/guitarra), a banda deixa ótimas linhas para para o trabalho do guitarrista Allan Oliveira. Nos vocais, Beck Norder mostra muita maturidade ao equilibrar agudos e belas sacadas melódicas.

The Gard LowProduzido pelos próprios músicos em parceria com André Diniz do Estúdio 260 de Indaiatuba/SP, “Madhouse” reúne sete composições autorais além de um novo arranjo para “Immigrant Song” do Led Zeppelin, a banda que, para o The Gard, sempre representou a terra de neve e gelo de onde eles vêm com seu barco rumo às novas terras desconhecidas.

“Immigrant Song” foi inclusive escolhida para ser o primeiro single de “Madhouse” e ganhou videoclipe. De acordo com o vocalista Beck Norder, a intenção do grupo com “Immigrant Song” foi a de justamente traduzir um clássico para a contemporaneidade.

“A releitura de Immigrant Song vem com uma cara moderna. O novo arranjo tem peso e não cai nos clichês do metal. Valorizamos alguns elementos da música original, e das versões ao vivo tocadas pelo Led, e colocamos a identidade da The Gard na música: a batida é outra, acrescentamos um violão tocado ao estilo fingerstyle, gravamos um baixo com whammy e distorção, deixamos a harmonia mais densa e étnica/tribal e o próprio riff sofreu alterações”

“Madhouse” é muito mais que uma compilação das primeiras composições do The Gard. Compreendem um período criativo da banda entre 2006 e 2011, mas de acordo com Beck Norder, até às vésperas das gravações essas músicas ainda foram sendo desenvolvidas.

The Gard Madhouse Capa“Foram anos amadurecendo essas composições até que atingissem um ponto que agradasse toda a banda. Musicalmente nos deixamos experimentar toda uma versatilidade de vertentes do rock, do hard e blues rock (Play of Gods, Panem et Circenses e Back to rock), flertando com classic e folk metal (Madhouse, Kaiser of the sea e The Gard Song), a um rock mais moderno (Music Box). Exploramos alguns instrumentos pouco usuais no rock, e que enriqueceram os arranjos como o bandolim (The Gard Song) e o glockenspiel (Music Box).”

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