O candidato à presidência da Argentina Javier Milei tem dado o que falar nas últimas semanas. Declaradamente radical e “anarco-capitalista”, o economista, candidato da extrema-direita do país pelo partido Liberdade Avança, surpreendeu ao vencer as primárias na Argentina.
No entanto, algo descoberto pelo público chamou ainda mais a atenção do que atitudes e falas do candidato: sua paixão pela banda britânica Rolling Stones. Segundo Milei, a paixão pela banda surgiu ainda na adolescência, o que o incentivou a montar uma banda tributo.
Antes de estudar economia e trabalhar no setor financeiro, Milei foi integrante de uma banda cover dos Rolling Stones chamada Everest. Ainda segundo o presidenciável, ele chegou a assistir ao grupo britânico ao vivo por volta de 14 vezes.
A situação é no mínimo irônica, pois Javier é abertamente apoiador do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, com quem o Rolling Stones já teve diversos problemas, um deles aconteceu em 2020, onde a banda ameaçou Trump pelo uso de músicas do grupo em sua campanha eleitoral.
Rolling Stones vs Donald Trump: briga antiga
O ano de 2020 não foi a única vez em que os Rolling Stones entraram em um embate com o empresário e político. Em 1989, os integrantes originais dos Rolling Stones realizaram uma ambiciosa e lucrativa turnê, a Steel Wheels, com 115 shows pela Europa e América do Norte.
A apresentação final seria realizada no Boardwalk Hall, patrocinada pelo Trump Plaza Hotel and Casino. Porém, mesmo nos anos 80, a banda não queria ter sua imagem vinculada à Donald Trump, levando-os a fechar um acordo com o presidente dos EUA na época de que o empresário não apareceria no local.
Mesmo com o acordo, Trump estava presente na sala de imprensa do local, onde acabou sendo visto pelos Stones, o que resultou em ânimos alterados, forçando Michael Cohl, o produtor da turnê, a pedir para que o empresário fosse embora do local, caso contrário, a banda iria.
Em entrevista à Pollstar em 2019, Cohl relembrou a situação e aproveitou para revelar o que disse à Trump quando o problema começou.
“Uma das duas coisas vai acontecer. Você vai sair do prédio e, às 6h40, os Rolling Stones vão falar ao CBS News, ou você não vai sair do prédio e eu vou fazer uma entrevista para explicar ao mundo por que o pay-per-view foi cancelado. E foi nessa noite que demiti Donald Trump”, contou Cohl.