Como Margot Robbie fugiu da “armadilha da bombshell”?
Pode-se dizer que, em 2023, Margot Robbie chegou ao seu auge com o sucesso de “Barbie“, no qual ela não é apenas a estrela, mas também produtora. O nome da australiana ficou conhecido em Hollywood em 2013, quando ela interpretou a segunda esposa do personagem de Leonardo DiCaprio em “O Lobo de Wall Street” (2013), Naomi, a típica loira “bombshell”. Após sua elogiada interpretação, Robbie tinha um desafio: não ficar “presa” ao estereótipo da bombshell.
O termo é usado para definir mulheres muito atraentes, que se tornam símbolos sexuais na cultura pop. Nomes como Marilyn Monroe (Os Homens Preferem as Loiras), Jane Fonda (Barbarella) e Megan Fox (Transformers) se encaixam nessa definição. Aparentemente, é um elogio, mas este rótulo pode atrapalhar muito a carreira dessas atrizes, já os papéis que elas recebem e suas imagens na mídia ficam presas apenas a uma visão sexualizada.
Um vídeo do canal The Take reflete como Robbie conseguiu sair desse estereótipo e interpretar papéis mais variados, desde biografias (Eu, Tonya), dramas históricos (Duas Rainhas) e blockbusters (Barbie). Além do talento interpretativo da atriz, o vídeo atribui essa mudança ao fato dela também ter se tornado produtora.
Ao lado de seu marido, Tom Ackerley, Josey McNamara e sua amiga de infância Sophia Kerr, ela fundou a LuckyChap Entertainment, a sua própria produtora, em 2014 (via The Hollywood Reporter).
Margot Robbie também é produtora
Foi através da LuckyChap que Robbie conseguiu o que pode ser considerado a “virada” da sua carreira: a patinadora Tonya Harding em “Eu, Tonya” (2017). Aliás, a Variety elegeu essa como a melhor performance da atriz.
Até este filme, os papéis da atriz eram mais focados em sua aparência, como os filmes “Golpe Duplo” (2015), “A Lenda de Tarzan” (2016) e “Esquadrão Suicida” (2016). Porém, em “Eu, Tonya”, Robbie teve o desafio de transformar uma das figuras mais odiadas dos EUA em alguém simpático aos olhos do público. Tonya é rebelde, deselegante e até rude, e não é sexualizada durante o filme. O papel foi um sucesso e rendeu para a atriz sua primeira indicação ao Oscar.
Depois deste longa, é visível como a atriz ganhou papéis mais complexos e menos focados apenas na sua aparência. Ela conseguiu sua segunda indicação ao Oscar com “O Escândalo” (2019).
Através de sua produtora, Robbie conseguiu maior controle criativo sobre seus trabalhos, escolhendo papéis mais variados do que lhe seriam oferecidos pelos grandes executivos. “Barbie” é um ótimo exemplo disso. Mesmo interpretando a “mulher perfeita”, a Barbie de Robbie não é um símbolo sexual, e sim de empoderamento (pelo menos é o que ela acredita).
Com um filme produzido por ela mesma, Robbie conseguiu a maior estreia da sua carreira e se estabelece de vez não apenas como uma grande atriz, mas como uma grande produtora em Hollywood.
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