Em 2020, o artista sueco Anders Weberg dirigiu o longa Ambiancé, uma obra de vanguarda que se tornou conhecida não apenas por sua duração, mas também sua ousadia. O longa-metragem desafia as formatações do cinema e possui nada menos que 30 dias, ou melhor, 720 horas.
Naturalmente, Ambiancé ganhou o título de filme mais longo da história, mas foi imediatamente destruído por seu diretor, evitando, assim, que houvesse um lançamento oficial para a obra. O que restou foi um teaser pouco usual de 72 minutos e, posteriormente, um trailer oficial de sete horas e 20 minutos (confira abaixo).
Quando revelado, Ambiancé foi transmitido simultaneamente em todos os continentes do mundo de maneira gratuita pelo YouTube, em 2020. Um mês depois, ou seja, com seu fim, o longa de Anders Weberg foi destruído e apagado da plataforma.
Ambiancé: qual a premissa do filme?
Como visto no trailer, Ambiancé tem sua trama em torno de dois personagens principais Um deles representa a Vida, enquanto o outro toma o papel da Morte, estando ambos em uma praia desértica.
O longa possui uma clara inspiração em O Sétimo Selo, obra lançada em 1957 por Ingmar Bergman, conhecido e celebrado diretor sueco. O cenário da praia e a representação da morte por meio de uma túnica preta compõem as influências surrealistas que Ambiancé se utilizou.
Durante uma entrevista, presente no Mubi, Anders Weberg citou sua motivação ao realizar o filme e anunciou sua aposentadoria do cinema.
“Este é meu último filme, então como posso dar um fim com estilo? É bem pessoal, e como eu fiz filmes longos antes, esse tem que ser bem especial. É também uma forma de recuperar meu foco e realmente me colocar dentro do processo de fazer um filme, que eu amo tanto, por uma última vez.”