Em 1974, Arnaldo Baptista lançou o que talvez seja o melhor trabalho de sua carreira. Imediatamente após o término de Os Mutantes, o músico decidiu subverter às modas da época e gravou um disco clássico inteiramente sem guitarra.
Lóki? contou com a ajuda de outros músicos já consagrados, como Liminha, Dinho Leme, Sérgio Dias e Rogério Duprat. No entanto, as composições partiram todas de Baptista, que decidiu inovar ainda mais ao gravar todas músicas em apenas um take.
Em entrevista ao Whiplash, o músico revelou detalhes sobre a gravação do disco e falou sobre sua decisão de gravar Lóki? de maneira mais improvisada, semelhante ao que que Bob Dylan fez em Blonde on Blonde.
“Liminha queria que a gente fizesse um som com mais peso, com jazz, tudo elaborado, milimetricamente e eu não queria nada disso, eu queria improvisado. Então a gente acabou improvisando e foi de acordo com o que cada um queria, no total foi o que vingou. Eu adorei assim.”
O músico também contou que um motivo crucial para suas decisões foi sua relação com seus irmãos e seu desacordo com eles. “Meu irmão mais velho adora amplificador digital e eu odeio, prefiro usar o valvulado. Os dois adoram guitarra Fender e eu prefiro Gibson. Então não é totalmente de acordo”, declarou Arnaldo Baptista.
Confira o tracklist do disco clássico de Arnaldo Baptista
Lançado em 1974 e com 33 minutos, o disco clássico Lóki, de Arnaldo Baptista, combina elementos de rock psicodélico, bossa nova, jazz fusion e outros gêneros. Confira abaixo as dez faixas que compõem o álbum.
- “Será que Eu Vou Virar Bolor?”
- “Uma Pessoa Só”
- “Não Estou nem Aí”
- “Vou Me Afundar na Lingerie”
- “Honky Tonky (Patrulha do Espaço)”
- “Cê Tá Pensando que Eu Sou Lóki?”
- “Desculpe”
- “Navegar de Novo”
- “Te Amo Podes Crer”
- “É Fácil”