Uma semana atrás, dia 29, veio à tona a informação de que Ruggero Deodato havia falecido. O lendário diretor italiano morreu aos 83, enquanto a causa da morte e demais detalhes não foram revelados. Durante sua vida, Deodato ficou conhecido como o Monsieur Cannibal, pela temática de grande parte de suas obras.
No início de sua carreira, o diretor esteve presente em diversas produções musicais e dramáticas, sem muito sucesso. Deodato aprendeu sobre cinema com dois mestres da arte: Roberto Rossellini e Sergio Corbucci.
Em 1976, o diretor lançou sua primeira obra polêmica, Os Exterminadores, em que os olhos de um homem são arrancados de suas órbitas. No ano seguinte, ele realizou O Último Mundo dos Canibais, proibido no Reino Unido por cenas de crueldade animal.
Porém, foi em 1980 que Ruggero Deodato lançou o que seria sua obra mais polêmica. Gravado na parte colombiana da Floresta Amazônica, Holocausto Canibal foi proibido em mais de 50 países e conta a história de uma equipe de resgate que entra na mata para procurar quatro documentaristas que haviam sumido enquanto rodavam um projeto sobre tribos canibais.
Precursor e influência de Deodato
O filme foi banido por conta das cenas violentas, obscenas e realistas. Deodato, inclusive, recebeu ordem de prisão pela suspeita de ter matado atores durante a produção. O diretor foi inocentado de todas as acusações ao esclarecer como cada cena havia sido feito. Ainda assim, acredita-se que seis animais tenham sido mortos durante as filmagens.
O uso de gore e, principalmente, do found footage foram considerados precursores e extremamente influentes, sendo incorporados em diversas obras de terror durante as próximas décadas. Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, diretores de A Bruxa de Blair, creditam o filme italiano como principal fonte para utilizar o estilo de filmagem.
Diretores como Quentin Tarantino, Eli Roth e Oliver Stone são alguns dos que destacam a influência de Deodato no cinema.