O Agente Secreto, novo filme de Kleber Mendonça Filho, chegou aos cinemas como um dos lançamentos brasileiros mais comentados do ano. Com Wagner Moura no papel principal, o longa mistura suspense político, memória e violência estatal para reconstruir um passado que ainda ecoa no presente.
Enquanto o público tenta decifrar o enigmático desfecho, surge a pergunta: existe alguma cena pós-créditos?
O que realmente acontece no fim de O Agente Secreto?
A resposta é não. O Agente Secreto não possui cena pós-créditos. A narrativa termina após o último diálogo, sem sequência adicional. Ainda assim, o epílogo com Flávia e Fernando funciona como um “pós-crédito simbólico”, reforçando temas de memória, trauma e marcas da ditadura.
A história acompanha Marcelo — depois revelado como Armando — ex-professor perseguido durante a ditadura civil-militar. Com identidade falsa, ele retorna ao Recife em busca de documentos que garantam sua fuga com o filho.
A trajetória é marcada por lembranças dolorosas, especialmente o assassinato de sua esposa, Fátima, atribuído ao poderoso Ghirotti, peça-chave do aparato autoritário.
O filme avança como um suspense investigativo. Temendo ser exposto, Ghirotti aciona matadores, levando Armando a uma espiral de violência que culmina em um corte abrupto — um salto no tempo que reposiciona a narrativa décadas depois.
No presente, o foco recai sobre Flávia, estudante de História que pesquisa o legado de Elza, colaboradora de Armando. Ela descobre, pelos arquivos, que o protagonista foi assassinado. A investigação a leva a Fernando — também vivido por Wagner Moura — um médico sem memória do pai. A sugestão é clara: ele é o filho que Armando tentou salvar.
A conversa final retoma o tema central: a disputa entre lembrança e apagamento, entre o que se registra e o que se perde.









