A recém-lançada produção francesa “Sob a Escuridão do Sol” vem chamando atenção no catálogo da Netflix por sua atmosfera sombria e enredo marcado por segredos familiares, assassinato e reviravoltas emocionais.
Mas a pergunta que muitos espectadores têm feito é: essa história aconteceu de verdade? A resposta pode surpreender.
Intriga, drama e uma identidade oculta: o que move a trama
Na série, acompanhamos Alba, uma jovem mãe que, em busca de um novo começo, aceita um trabalho como colhedora de flores na imponente propriedade Lasserre, no interior da França.
O que parecia uma oportunidade de recomeço logo se transforma em um pesadelo: ela é acusada do assassinato de seu patrão, Arnaud Lasserre — que, mais tarde, é revelado como seu pai biológico.
Com a polícia e os próprios familiares de Arnaud voltando-se contra ela, Alba se vê forçada a provar sua inocência em meio a uma teia de mentiras, rancores e revelações dolorosas. Ao lado da advogada Manon, ela mergulha em uma investigação pessoal que desenterra feridas profundas da família Lasserre.
Fato ou ficção? A origem da história por trás de “Sob a Escuridão do Sol”
Apesar de parecer baseada em uma história real, “Sob a Escuridão do Sol” é inteiramente fictícia. Criada por um grupo de roteiristas franceses — Thomas Colineau, Camille Couasse, Marine Lachenaud, Claire Le Luhern, Jules Lugan e Nils-Antoine Sambuc —, a trama foi desenvolvida para explorar as tensões de um thriller psicológico com toques de drama familiar.
Embora os personagens não existam na vida real, a série se apoia em tropos clássicos do gênero de mistério, como suspeitos improváveis, heranças conturbadas, laços ocultos de sangue e assassinatos em ambientes aristocráticos.
São elementos que conferem realismo emocional à narrativa, mesmo dentro de uma ficção cuidadosamente roteirizada.
Florais, perfumes e exploração: quando a realidade inspira o pano de fundo
Um dos aspectos mais autênticos da série está no contexto do cultivo de flores — atividade que sustenta a riqueza da família Lasserre.
A região de Grasse, no sul da França, é considerada o coração da indústria de perfumes artesanais, com casas icônicas como Chanel e Matière Première dependendo da colheita manual de rosas e jasmim para compor suas fragrâncias.
Na ficção, os Lasserre são retratados como herdeiros desse legado, mas também envolvidos em esquemas obscuros de exploração de imigrantes — um espelho sombrio de casos reais.
Em junho de 2025, denúncias sobre condições degradantes de trabalho em vinhedos franceses ganharam destaque na imprensa europeia, revelando abusos envolvendo trabalhadores migrantes sem documentação. Esse pano de fundo serve como combustível para a tensão social e moral que permeia a série.
Entre o luxo e o colapso familiar
Enquanto a propriedade Lasserre representa sofisticação e tradição, seu interior esconde relacionamentos deteriorados, ganância e silêncios cúmplices.
O relacionamento conturbado entre Arnaud e seus filhos, em especial com Mathieu e Manon, revela fragilidades emocionais e disputas por poder, adicionando camadas de complexidade ao enredo.
Embora esses laços não sejam baseados em pessoas reais, a série acerta ao retratar conflitos familiares universais: ausência paterna, rivalidades, mágoas herdadas e a constante busca por pertencimento.