Argentina, 1985 é um filme de drama histórico baseado em fatos que dramatiza o julgamento das forças militares argentinas pela ditadura de 1976 a 1983 no país, responsável pelo desaparecimento de aproximadamente 30 mil pessoas.
O longa ganhou o prêmio da audiência no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian, sendo exibido em outros festivais de cinema prestigiados em todo o mundo, inclusive os de Veneza, Londres e Rio de Janeiro.
Uma produção original da Amazon Prime Video conta com parceria das produtoras La Union de Los Rios, Kenya Films e Infinity Hill e teve lançamento original em setembro na Argentina e 21 de outubro no Brasil. O filme é contado do ponto de vista do promotor Julio César Strassera, interpretado pelo consagrado ator Ricardo Darín.
O filme é inspirado na história real dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, uma dupla que ousou investigar e processar a sangrenta ditadura militar argentina, em 1985. Strassera e Ocampo reuniram uma equipe jurídica jovem e cheia de heróis improváveis para enfrentar a influência dos militares na época, para uma batalha no estilo de Davi contra Golias.
Repercussão com o público e história real dos promotores
A produção já foi indicada a várias premiações como “Melhor Filme” no BFI London Film Festival e ganhou prêmios como o Prêmio Fipresci no Venice International Film Festival e o Prêmio por Escolha do Público no San Sebastián Intenational Film Festival. Argentina, 1985 foi também escolhido pelo governo do país para representá-lo na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2023.
No site Rotten Tomatoes, o filme aparece com impressionantes 97% no Tomatometer, baseada em reviews dos críticos, e 98% de aprovação no Audience Score, nota destinada às impressões do público.
As histórias reais dos promotores retratados no longa, porém, tem suas controvérsias. Principalmente por parte de Ocampo. Strassera morreu em 27 de fevereiro de 2015 na Clínica San Camilo, no bairro de Caballito, Buenos Aires, devido a uma grave infecção intestinal e hiperglicemia após passar dez dias em terapia intensiva.
Líderes de várias extrações políticas lamentaram sua morte e destacaram seu papel no fortalecimento da democracia. A presidente Cristina Fernández de Kirchner decretou dois dias de luto nacional pela morte do ex-procurador do Juicio a las Juntas.
Em 25 de julho de 2015, um comitê da União Cívica Radical com seu nome foi inaugurado no bairro de Palermo. Em 2018, a Fundação Konex conferiu um Diploma de Mérito post-mortem para a disciplina de Magistrados.
Quanto a Ocampo, Desde que deixou o TPI, se envolveu em polêmicas relacionadas à sua gestão. Em 15 de junho de 2012, Moreno Ocampo terminou seu mandato e foi substituído pela jurista gambiana Fatou Bensouda.
O promotor foi acusado, em 2017, por supostos movimentos financeiros e de agir contra os interesses da Corte, ao defender o magnata líbio Hassan Tatanaki.
Antes mesmo de sua saída do TPI, Ocampo também foi criticado pela investigação que realizou (a pedido de doadores da Fundação Felices los Niños), sobre uma denúncia feita pelo programa Telenoche Investiga, sobre o padre Julio César Grassi, condenado em 2009 por abuso sexual infantil e corrupção de menores.
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