Oppenheimer era comunista? Entenda o posicionamento do cientista
O físico teórico J. Robert Oppenheimer, que teve sua história representada nos cinemas através do mais recente filme do cineasta Christopher Nolan, e apesar de ser conhecido como o “pai da bomba atômica”, também se tornou uma figura controversa nos Estados Unidos.
Muito disso aconteceu pois, após se posicionar contra sua própria criação, ele foi acusado publicamente de deslealdade no país, principalmente por por sua proximidade com os ideais comunistas. Mas o posicionamento do físico é um pouco mais complexo.
De fato, Oppenheimer apoiava diversas instituições de esquerda, e achava que a ideologia de direita era idiota. Apesar de nunca ter se declarado comunista, ele se autodenominava um “companheiro de viagem”, que na antiga URSS, significava alguém simpatizante de uma causa sem realmente aderir a ela.
Contudo, o cientista nunca se declarou comunista e nunca teve ligações diretas com o partido. Vale ressaltar que grande parte das acusações partiram do próprio governo dos EUA, mas como não tinham fundamento, ele acabou sendo inocentado. Ainda assim, ele sofreu as consequências da acusação.
Portanto, Oppenheimer de fato nunca foi um comunista, mas simpatizava com ideias de melhoria social ou ações coletivas destinada a gerar maior igualdade. E o fato de defender a regulamentação do armamento nuclear contribuiu ainda mais para as suspeitas de sua ideologia no país.
A morte de Oppenheimer
No dia 18 de fevereiro de 1967, o físico teórico faleceu, aos 62 anos de idade. Robert Oppenheimer era um fumante compulsivo, e em meados de 1965, foi diagnosticado com câncer de garganta. Apesar de ter passado por diversos tratamentos, incluindo a quimioterapia, ele não resistiu.
O cientista entrou em coma e faleceu em sua casa em Princeton, na cidade de Nova Jersey, e uma cerimônia póstuma foi organizada na semana seguinte em um campus da universidade local. Ele foi homenageado por mais de 600 pessoas, incluindo cientistas, políticos e militares, além de sua família.
Em 2022, mais de 50 anos depois de sua morte, o governo dos Estados Unidos finalmente voltou atrás e decidiu anular sua decisão de 1954, que transformou o cientista em um “traidor da pátria” e reafirmou a lealdade de Oppenheimer.