No domingo (10/03), terá mais uma edição do Oscar e neste ano, está marcando os vinte anos que “Cidade de Deus” foi a produção nacional aclamada pela crítica e levou para fora o nome do Brasil. Em 2004, a produção recebeu quatro indicações inéditas para um filme nacional, mas não venceu nenhuma categoria, o que gerou muitas polêmicas na época.
Na época, surgiram boatos de que a produção não tinha sido bem recebida pela crítica brasileira, e isso não foi verdade, pois o longa-metragem foi selecionado para ser representado na categoria de Melhor Filme Internacional, mas quem não o indicou para isso foi a própria Academia de Hollywood.
Mais detalhes de como foi Cidade de Deus no Oscar
Quando saiu a lista de indicados no ano seguinte, a produção foi surpreendida ao receber indicação por Melhor Diretor (Fernando Meirelles), Melhor Roteiro Adaptado (Bráulio Mantovani), Montagem (Daniel Rezende) e Fotografia (César Charlone).
O filme “Cidade de Deus” chegou aos cinemas em 2002 e quando a comissão de especialistas, formada por Almeida Prado, Walter Lima Júnior, Zita Carvalhosa e Maria do Rosario Caetano, estavam escolhendo o filme que representaria o Brasil, a decisão foi unânime. Em uma entrevista ao G1, Prado falou sobre a escolha:
“Eram umas cinco ou seis pessoas, no máximo. Eu lembro que o Walter Lima Júnior nem foi à reunião, porque disse que era tão óbvio o filme, que ele mandou escrito: ‘eu voto no ‘Cidade de Deus’ e não preciso ir à reunião porque eu tenho certeza que é o filme. Não vou perder tempo discutindo'”, contou o cineasta.
No final das contas, o drama perdeu a chance de concorrer ao prêmio ‘possível’ na categoria de Melhor Filme Internacional, pois os membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, não aceitaram a produção como indicação.
Sobre essa rejeição, o diretor Meirelles também comentou sobre: “O que eles falavam é que quem votava em filme estrangeiro era só aposentado. Só o público muito velho, que tinha disponibilidade para ir à tarde ao cinema assistir a dois filmes por dia”, disse. “A faixa etária de votantes era de 50, 60 (anos). E o filme não agradou esse público mais velho”, completou o cineasta.