Dono de diversos hits lendários, Bob Dylan certamente está entre os maiores ícones da música internacional. Considerado o mais célebre cantor e compositor do estilo folk, o músico é uma importante figura na cultura popular há mais de cinquenta anos.
Grande parte de seu trabalho mais célebre data da década de 1960, época em que Dylan compôs diversas canções consideradas verdadeiros hinos dos movimentos pelos direitos civis e de oposição à Guerra do Vietnã. Entre elas, estão músicas como “The Times They Are a Changin'” e “Blowin’ in the Wind”.
Mas justamente esta segunda música, lançada em seu segundo álbum de estúdio intitulado The Freewheelin’ Bob Dylan, de 1963, se tornou quase irreconhecível nos dias atuais. Isso porque o cantor mudou totalmente os arranjos da canção, tornando-a completamente diferente.
Diferente da versão original, que era mais simples e rápida, a atual versão de “Blowin’ in the Wind” é tocada de forma mais lenta, com uma melodia bem diferente, que conta ainda com arranjos de violino, violoncelo e piano. Confira uma versão tocada no Hyde Park em Londres em 2019:
Dylan também alterou a melodia vocal, quase como se ele “falasse” as estrofes da música ao invés de cantar. Mesmo assim, os verdadeiros fãs do músico ainda reconhecem a canção, principalmente por sua letra, e celebram sempre sua presença no repertório.
Canção de protesto? A história de “Blowin’ in the Wind” de Bob Dylan
Considerada uma das melhores músicas de Bob Dylan, a canção “Blowin’ in the Wind” divide opiniões de fãs e críticos até hoje sobre seu verdadeiro significado. Tida como um hino de protesto, a faixa apresenta uma série de perguntas retóricas sobre a paz, a guerra e a liberdade.
Porém, na época em que criou a música, inspirada pelos acordes de “No More Auction Block”, a intenção de Dylan não era de protestar. Para ele, tratava-se apenas de uma canção, o que o músico deixava claro antes de tocá-la em seus shows.
Mas sua perspectiva mudou ao começar um relacionamento com a ativista Suze Rotolo, que auxiliou Dylan a entender suas composições de forma mais politizada. Deste modo, o músico entendeu que sua canção realmente transmitia uma mensagem poderosa, e é o que ela tem feito desde então.
Dylan tocou a canção em importantes momentos históricos, tais como a Marcha de Washington, organizada por Martin Luther King em 1963, o que contribuiu ainda mais para o status de hino revolucionário da canção. E até hoje, o músico preserva o status da faixa.