Caso de adolescente que enganou toda a Espanha é contado em novo documentário da Netflix
Uma das novidades que acabou de chegar à Netflix nesta quinta (15) é a série documental “Pequeno Nicolás: A Surreal História de um Cara-de-Pau”. A produção conta a história (surreal, mas real) de Francisco Nicolás Gómez Iglesias, que enganou a Espanha quando ainda não tinha nem 20 anos.
Quem era o Pequeno Nicolás?
O Pequeno Nicolás, como foi apelidado pela imprensa espanhola, estudava Direito no Colégio Universitário de Estudos Financeiros em Madrid. Mesmo ainda sendo um estudante com apenas 15 anos, ele tinha uma vida luxuosa de viagens de negócios, festas e palácios, tendo chegado até a ir em uma cerimônia da proclamação do reinado de Felipe VI (sim, na Espanha tem rei).
Nicolás conseguiu a proeza de convencer várias pessoas de que ele era um “agente secreto”, um informante infiltrado no Centro Nacional de Inteligência do país. Ele também se passou por assessor do governo espanhol, chegando a comparecer a vários eventos políticos. Na série, o criminoso revelou que muitas vezes fingia possuir “conversas gravadas”, o que lhe abriu muitas portas.
Com essas identidades falsas, o jovem enganou dezenas de pessoas, prometendo negócios lucrativos de contratos com o governo – que obviamente não existiam. Jaime García-Legaz, um antigo professor de Nicolás e ex-Secretário de Estado de Comédia, declarou ao El Mundo que o rapaz “sabia fazer relações públicas como ninguém”.
A Esquire brinca que Nicolás é a versão espanhola da Anna Delvey, russa conhecida por ter dado vários golpes da elite de Nola York fingindo ser uma herdeira milionária. A história dela foi retratada na série ficcional “Inventando Anna” (2022).
Em 2014, ele acabou se arriscando demais ao aparecer na cidade galesa de Ribadeo, supostamente para receber uma visita do rei Felipe VI, mas seu plano foi descoberto e ele foi preso. Mesmo tendo sido solto por fiança, pouco tempo depois, foi o começo do fim para o jovem trapaceiro, já que suas mentiras foram sendo reveladas. Ele foi acusado de roubo de identidade, fraude e falsificação, a maioria dos casos ainda sem resolução.
Em 2021, Nicolás recebeu sua primeira pena de prisão: um ano e nove meses por falsificar uma identidade para que seu amigo fizesse uma prova na universidade no lugar dele, decisão reiterada pelo Supremo Tribunal da Espanha no final do ano passado.
Fonte: El Confidencial e Esquire.
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