Nesta quarta-feira (29), a Netflix disponibilizou a minissérie documental “Cirurgião do Mal” (Bad Surgeon: Love Under the Knife), trazendo mais uma produção chocante sobre um médico que negligenciou diversos pacientes, submetendo eles a procedimentos experimentais. Durante três episódios, vamos acompanhar como Paolo Macchiarini parou na prisão por conta das suas ações medicinais.
Antes de ser julgado, Macchiarini era um cirurgião torácico italiano nascido na Suíça e foi considerado pioneiro no uso de estruturas biológicas e sintéticas semeadas com células-tronco dos próprios pacientes como transplantes de traqueia. No entanto, seu currículo exemplar caiu por terra, quando descobriram que suas pesquisas eram fraudadas e tinha um comportamento manipulador, que fez com que pessoas aceitassem passar pelos procedimentos. Ele foi condenado por crimes relacionados à pesquisa na Itália e na Suécia.
Mais detalhes de Paolo Macchiarini
Para se ter uma noção da gravidade das alegações, Macchiarini chegou a publicar que havia desenvolvido órgãos sintéticos que seriam semeados com células-tronco do próprio paciente. Mas, em 2011, ele começou a fazer testes em humanos para comprovar o seu estudo e isso desmentiu a sua pesquisa.
O médico implantou traqueias plásticas em pacientes ao redor do mundo e isso infelizmente levou a morte de alguns deles, de forma bem dolorosa. A revista For Better Science revelou que, de cada 10 pacientes que receberam um transplante de traquéia, apenas dois sobreviveram.
Onde está Paolo Macchiarini atualmente?
Em junho deste ano, Paolo Macchiarini foi considerado culpado por agressão grave contra três de seus pacientes e condenado a dois anos e seis meses de prisão por um tribunal de recurso em Estocolmo. No tribunal, foi destacado que os dois primeiros pacientes poderiam ter sobrevivido sem os procedimentos.
Macchiarini negou ter a intenção de prejudicar seus pacientes, alegando que sua motivação era ajudar os menos favorecidos, que não tinham outra opção de tratamento. O recurso segue em andamento no Supremo Tribunal Sueco. Macchiarini não precisa cumprir a sentença até que o processo seja finalizado.