3 coisas que não são verdade em Som da Liberdade
Uma das grandes surpresas da temporada é Som da Liberdade. Além de arrecadar cerca de US$212 milhões desde sua estreia em julho, o longa situa-se no centro de uma grande polêmica envolvendo sua associação com teorias da conspiração da extrema-direita norte-americana e sua precisão histórica.
O filme chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 21 de setembro, e certamente irá atrair um grande público às salas de exibição. Dessa forma, elencamos três coisas que não são verdade em Som da Liberdade, para você não cair na dramatização de Hollywood.
Som da Liberdade: três mentiras ou imprecisões
[AVISO: esse artigo discute o tema de tráfico infantil]
As vítimas costumam conhecer seus traficantes
Uma das cenas de Som da Liberdade mostra uma mulher enganando crianças a fazerem testes para uma agência de modelos, raptando-as no local. Embora a personagem seja baseada em uma pessoa real que Tim Ballard prendeu na Colômbia, estes casos são raros e podem criar uma imagem falsa sobre o tráfico infantil.
Uma pesquisa da Universidade de Baylor, realizada a partir de documentos e relatos policiais, aponta que menos de 10% dos casos de tráfico infantil envolvem sequestro. O mais comum, na verdade, é que as crianças conheçam seus traficantes e até mesmo confiem neles. Dessa forma, não há resistência e, no lugar de sequestros, há coações.
Outro ponto é que, embora haja crianças pequenas sendo vítimas de tráfico infantil, o maior número de casos se concentra na adolescência. Muitos jovens já estão envolvidos em prostituição entre seus 15 e 17 anos, sendo traficados a partir dessa situação de fragilidade.
Ações armadas e resgates perigosos são evitados
Tendo em vista que houve uma certa interferência na amostragem dos casos para que os mais apelativos chegassem às telas, o mesmo aconteceu com as operações. Embora existam casos em que são realizadas ações armadas e grandes resgates organizados nos locais, essas situações são evitadas, uma vez que podem resultar na morte de alguma das crianças. Além disso, realizar uma operação dessa extensão em um país estrangeiro é algo de grande dificuldade, podendo até mesmo ser uma ação ilegal.
Tim Ballard nunca matou ninguém
Ao longo de Som da Liberdade, vemos Tim Ballard cruzando limites morais das legislações para resgatar centenas de crianças em suas operações com a ORU. Dessa forma, o protagonista mata um dos traficantes, algo que nunca aconteceu na vida real. O ex-agente da CIA jamais cruzou a linha de tirar a vida de um dos criminosos, ao contrário do que é visto nas telas.