Um Fantasma na Batalha, lançado na Netflix, traz uma trama envolvente em meio a operações secretas de perder o fôlego. A história acompanha Amaia, uma agente infiltrada, mostrando os desafios e dilemas de uma vida dupla.
Embora o enredo seja inspirado em eventos históricos, o personagem central e grande parte das situações são fruto da criação dos roteiristas, que combinaram elementos reais com ficção para retratar a luta contra o grupo separatista ETA.
Entre ficção e fatos: o que inspirou o filme
A narrativa se passa principalmente nas décadas de 1990 e 2000, período em que o ETA mantinha atividades clandestinas na Espanha e França, com esconderijos, armamentos e redes de apoio. A trama do filme reflete, de forma simbólica, as experiências de agentes infiltrados da Guarda Civil que atuaram em silêncio, sem reconhecimento público, enfrentando ameaças constantes.
Embora Amaia seja fictícia, sua história se inspira nas vivências de diversas mulheres que participaram de operações de inteligência, incluindo infiltrações e monitoramentos de líderes da organização. Operações reais, como a “Santuario” em 2004, que resultou na prisão de figuras-chave da ETA, serviram de contexto para a construção do roteiro, reforçando a verossimilhança da ambientação e do clima de tensão retratado.
O filme também acerta no contexto histórico ao mostrar a colaboração entre forças policiais espanholas e francesas, onde a atuação do grupo também se destaca. A ambientação, o isolamento dos agentes e a desconfiança constante refletem relatos de ex-agentes sobre a rotina perigosa e psicológica dessa missão.
O objetivo é transmitir uma “verdade emocional” sobre os sacrifícios e dilemas enfrentados por quem viveu essas operações, sem se prender à literalidade dos acontecimentos.
Podemos dizer que “Um Fantasma na Batalha” mistura realidade histórica com ficção narrativa, oferecendo uma visão dramatizada, mas fundamentada, da luta antiterrorista e dos impactos humanos da vida dupla de agentes infiltrados.