Som da Liberdade: qual é a polêmica envolvendo o filme?

Nesta quinta (21), chegou aos cinemas brasileiros o filme “Som da Liberdade“. Produzido pelo estúdio independente Angel Studios, o longa tem surpreendido nas bilheterias, arrecadando quase 15x o valor do seu orçamento.

A trama segue um ex-agente do governo dos EUA vivido por Jim Caviezel (“A Paixão de Cristo”), que tenta resgatar crianças de uma rede de tráfico e exploração colombiana. Apesar do tema aparentemente de interesse universal, o longa está cercado de polêmicas. Confira o porquê:

Inspirado em uma “história real”?

A divulgação do filme destaca que ele é inspirado em eventos reais e, apesar do homem que inspirou a trama, Tim Ballard, realmente ter trabalhado contra o tráfico, a narrativa é, em sua maioria, ficcional.

Kristen Abrams, diretora sênior de combate ao tráfico humano no Instituto McCain em Washington, afirmou ao ABC que a segunda metade e a versão do longa de como o combate ao tráfico humano é feito não são reais.

Outra questão é que Tim Ballard, a pessoa que inspirou o filme, foi recentemente retirado do comando da sua organização de combate ao tráfico após denúncias de má conduta sexual com pelo menos sete funcionárias (saiba mais aqui).

tim ballard som da liberdade
Foto: reprodução/The Hollywood Reporter

Política e teorias da conspiração

O ator principal do filme, Jim Cazievel, já é conhecido em Hollywood há anos por declarações polêmicas e posições conservadoras, mas recentemente ele tem apoiado publicamente a teoria da conspiração de ultradireita QAnon. Segundo a teoria, grupos de elite progressistas estariam torturando crianças para “sugar a adrenalina” delas, por causa de “propriedades rejuvenescedoras”.

O longa também recebeu apoio de várias figuras políticas controversas, tanto nos EUA quanto no Brasil. O ex-presidente Donald Trump fez uma sessão do filme em seu clube de golfe em Nova Jersey, com as presenças de Cazievel e Tim Ballard.

Som da Liberdade não é sobre a QAnon

O filme acabou ligado a teoria por causa das declarações do seu ator principal, mas o diretor e roteirista Alejandro Gómez Monteverde (“Bella”) nega veementemente que o longa seja sobre a teoria, declarando à Vanity Fair que começou a escrever a história dois anos antes dela se popularizar.

Ele ainda parece ter tentado distanciar o filme dessa visão política. “Tem pessoas que são próximas demais ao filme que estão na política”, comentou o diretor. “Então, é tipo, eu amo vocês, mas tenho que manter minha distância”.

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