Os piores “Melhores Filmes” do Oscar
Determinar o vencedor de “Melhor Filme” – na verdade, de qualquer categoria – no Oscar pode ser uma tarefa difícil. Além de discutir a qualidade dos projetos, a Academia de Artes Cinematográficas também leva em conta outros fatores – não que ela admita isso. Campanha para a premiação, relevância social, temas abordados e representatividade (nos últimos anos) também ajudam a decidir o “Melhor Filme” do ano anterior.
Obviamente, ao longo dos anos, a Academia fez várias escolhas polêmicas, e mais de uma vez o “Melhor Filme” do Oscar foi considerado o pior entre os indicados. Confira alguns exemplos dos “piores melhores filmes do Oscar”:
“Green Book: O Guia” (2018)
Inspirado (bem levemente) na história real de uma amizade entre o pianista negro Don Shirley e o seu motorista branco Frank Vallelonga, o longa já tinha sido criticado por fazer mudanças na história real e por tratar do tema do racismo de forma clichê e conservadora. Isso só piorou quando ele venceu o Oscar de Melhor Filme no mesmo ano em que “Pantera Negra” e “Infiltrado na Klan”, filmes que discutem o racismo e a identidade negra de forma bem mais interessante.
“Shakespeare Apaixonado” (1998)
É difícil acreditar que “O Resgate do Soldado Ryan”, considerado um dos melhores filmes de todos os tempos, perdeu o Oscar de Melhor Filme. A situação só piora por ele ter perdido para um romance água com açúcar impulsionado por uma campanha agressiva do seu produtor Harvey Weinstein (que o diabo lhe carregue).
O filme ainda ganhou o ódio dos brasileiros, já que fez a icônica Fernanda Montenegro (“Central do Brasil”) perder o Oscar de Melhor Atriz para Gwyneth Paltrow.
“No Ritmo do Coração” (2021)
O filme é um drama familiar bonitinho focado em uma família onde quase todos têm deficiência auditiva. Mas, mesmo com a representatividade, o longa não era páreo para projetos tão impactantes quanto “Belfast”, “Ataque dos Cães”, “Amor, Sublime Amor”, “Drive My Car” e “Licorice Pizza”.
“Crash – No Limite” (2004)
O longa entrelaça várias histórias de pessoas de diferentes classes e etnias na cidade de Los Angeles. Semelhante a “Green Book”, “Crash” foi criticado por sua abordagem simplista e caricata de temas sociais relevantes. Mas o maior problema dele ter vencido o Oscar de Melhor Filme foi que ele concorreu no mesmo ano que “O Segredo de Brokeback Mountain”, considerado um dos melhores romances de todos os tempos.
“O Artista” (2011)
Tudo bem que a concorrência não era lá muito forte em 2011 – não tinha nenhum favorito tão óbvio na lista de indicados – mas “O Artista” foi considerado uma das escolhas mais clichês do Oscar, já que o filme tem tudo que a Academia ama: uma homenagem à velha Hollywood, em preto e branco e filme gravado como se fosse mais antigo.
“Chicago” (2002)
“Chicago” foi o primeiro musical premiado pela Academia em anos graças à campanha de lobby de, isso mesmo, Harvey Weinstein. Mas o filme obviamente empalidece em comparação com seus concorrentes, como “Gangues de Nova York” e “O Pianista”.
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