Um século de história contado com emoção, tecnologia de ponta e um mergulho profundo na memória jornalística brasileira. É isso que propõe “O Século do Globo”, documentário especial celebrando os 100 anos do jornal O Globo, um dos veículos mais influentes da imprensa nacional.
A estreia acontece nesta terça-feira (8), logo após a novela “Vale Tudo”. Após a exibição do primeiro episódio na TV Globo, a série completa estará disponível no Globoplay, com acesso liberado para assinantes.
Dividida em quatro episódios, a produção — idealizada e roteirizada por Pedro Bial — reconstrói os caminhos de O Globo desde sua fundação, em 1925, por Irineu Marinho, até os dias atuais, explorando o impacto do jornal na formação da opinião pública e na cobertura de momentos-chave da história do país.
Do chumbo ao digital: uma redação que atravessou gerações
O primeiro exemplar do jornal chegou às bancas do Rio de Janeiro em 29 de julho de 1925, mas o sonho do fundador teve curta duração: Irineu Marinho faleceu apenas 23 dias após o lançamento.
Coube ao filho, Roberto Marinho, então um jovem repórter, transformar a publicação em um verdadeiro império de comunicação.
A série dramatiza cenas importantes dessa trajetória com interpretações de nomes de peso da dramaturgia nacional.
Eduardo Sterblitch dá vida ao jovem Roberto Marinho, enquanto Tony Ramos o interpreta na maturidade, em uma performance que equilibra sobriedade e presença cênica. “Nada melhor do que ter um personagem como seu Roberto para criar”, afirma o ator.
Tecnologia e jornalismo: passado reconstituído com precisão
Para reconstruir ambientes históricos como a primeira redação de O Globo, de 1925, a produção apostou em uma combinação inovadora de realidade aumentada, inteligência artificial e cenários físicos detalhados.
O resultado é uma imersão quase sensorial em diferentes épocas do jornal, com destaque para as redações das décadas de 1960 e 1980. “Usamos cenografia física em 10% das cenas e o restante foi recriado digitalmente, com altíssimo grau de realismo”, explica Gian Carlo Bellotti, diretor artístico da produção.
O estúdio virtual da TV Globo foi peça-chave para essa reconstrução visual, que também serviu como cenário para as mais de 50 entrevistas inéditas com jornalistas, historiadores e os próprios filhos de Roberto Marinho: Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto Marinho.
A história do Brasil contada página por página
Mais do que uma celebração interna, “O Século do Globo” serve como um retrato do Brasil moderno. O documentário revisita desde a Revolução de 1930, com a histórica imagem de Washington Luís deixando o Palácio Guanabara, até a cobertura de momentos dramáticos como a Segunda Guerra Mundial, o suicídio de Getúlio Vargas, a ditadura militar, a redemocratização, os impeachments presidenciais, a pandemia da COVID-19, a crise das fake news e casos emblemáticos como o assassinato de Marielle Franco.
“Contar a história de O Globo é também contar a história de um país inteiro”, resume Pedro Bial. Para ele, a figura de Roberto Marinho não apenas conduziu o jornal, mas personificou uma era do jornalismo com sua busca incessante por rigor factual e independência editorial.
A notícia como legado: um século que se estende ao futuro
Ao final, “O Século do Globo” não é apenas um olhar nostálgico sobre o passado. A série aponta para o que virá, destacando o papel essencial do jornalismo no cenário digital.
“Seguimos em todas as telas, onde houver necessidade de informação confiável e de jornalismo ético, o Globo estará presente”, reforça Bial.