Elysium era um dos filmes mais esperados pelo público brasileiro, tanto pela sinopse e trailers que empolgavam quanto pela participação de dois brasileiros, a já conhecida Alice Braga (participou de muitos filmes hollywoodianos) e do eterno capitão Nascimento, Wagner Moura, que contracenaram com grandes nomes do cinema mundial Matt Damon e Jodie Foster, sob a direção de Neill Blomkamp, diretor relativamente novo no mercado americano, já reconhecido por seu trabalho em “Distrito 9”.
O filme se passa em 2159, em um cenário onde a terra está precária, tudo parece uma grande periferia e apenas poucos vivem em um paraíso flutuante, chamado de Elysium, um local seguro, onde robôs comandados por humanos fazem a segurança, onde não existem mortes e tudo é curado através de grandes tecnologias desenvolvidas, o único conflito que ainda resta é o pelo poder, que se arrasta desde os primórdios da humanidade e fica bem evidente em Elysium, juntamente com tantas outras questões sociais.
Eis que surge Max (Matt Damon), um cidadão comum que tenta sobreviver naquela terra perigosa, porém é infectado com radiação e seu diagnóstico aponta apenas 5 dias de vida, o que gera nele certo desespero pela salvação e o faz buscar uma possibilidade de entrar na segura Elysium, onde poderia ser facilmente curado.
A caminho desta cura as idéias de Max se juntam as da secretária Rhodes (Jodie Foster), que planeja um grande golpe de estado contra toda aquela política que se estabelecia. No caminho de seus ideais Max ainda reencontra Frey (Alice Braga), o grande amor do começo de sua vida, que tem uma filha com graves problemas de saúde também, em meio a isso flashbacks retornam a momentos passados da vida de Max, mostrando assim como ele se tornou o herói nada provável desta história.
Para chegar no seu grande objetivo Max conta com a ajuda de um bandido que tem grande talento com tecnologias e promete colocá-lo em Elysium, este bandido é Spider (Wagner Moura).
O filme se desenvolve muito bem, com um roteiro que não pretende inovar, sendo até um tanto semelhante com a ideologia mostrada em “Distrito 9”, mantendo assim a linha de direção do jovem Neill Blomkamp, que novamente em uma história futurista e fictícia explora problemas sociais evidentes na sociedade atual, talvez até de maneira mais clara do que outros filmes pois o próprio é sul-africano, tendo assim uma visão diferenciada e também dando espaço para atores não estadunidenses.
É uma crítica sutil, que não tenta se mostrar superficial em nenhum momento, ficando nas entrelinhas, seguindo o roteiro que não tem nada de genial, mas é bom, não pode-se negar isso, é bem pensado e bem executado, cheio de efeitos especiais pontuais e certeiros do grande orçamento disponível.
As atuações são exatamente o que se esperava deste elenco, Matt Damon chama total atenção, evidenciando que é um ator que se adapta aos mais diferentes terrenos, Jodie Foster dispensa comentários pela sua profissionalidade estupenda e a grande surpresa é justamente um brasileiro, Wagner Moura, que faz aquele bandido “do bem” até já bem clichê, que sempre se sobressai e adquire protagonismo importante durante o longa.
Alice Braga, Sharlto Copley e Diego Luna não se destacam tanto, mas não comprometem em nenhum momento, fazendo bons papéis que dão consistência a obra.
O filme peca em alguns momentos em ser muito igual a tudo que já foi mostrado, mesmo que em outro cenário, alguns clichês estiveram muito presentes, não que clichês sejam sempre algo ruim, mas como foram apresentados em alguns momentos cansam e tornam o filme demasiadamente previsível, nada que o coloque como um filme ruim ou mediano, longe disso, trata-se de um bom filme e com ótima iniciativa de mesclar bastante a nacionalidade de elenco e direção.
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