Para os fãs de documentários emocionais, hoje, 13 de agosto, a Netflix estreou Canções do Cárcere.
O filme documental acompanha a vida de James “JJ’88” Jacobs, músico que, aos 15 anos, foi condenado à prisão perpétua. Marcado por um passado de violência extrema — autor de um homicídio e, dias depois, vítima da perda brutal de seu irmão —, ele transformou a música em caminho para buscar paz interior.
Entenda o novo documentário da Netflix
O filme foge do formato documental tradicional e se constrói como um álbum visual, estruturado em dez canções originais de hip-hop e soul compostas por Jacobs enquanto cumpria pena.
Esses temas guiam a narrativa, que mistura dramatizações escritas pelo próprio músico, trechos de diários, entrevistas com familiares e elementos de mídia mista, como animações e sequências oníricas.
Gravado sem o acesso físico ao protagonista, o longa usa como voz principal as ligações de 15 minutos feitas da prisão, intercaladas com a contagem regressiva que lembra constantemente o confinamento. Muitas faixas foram escritas no isolamento de uma cela de 2×2 metros, tornando-se o registro mais íntimo de sua experiência.
Mais do que uma história de redenção, Canções do Cárcere reflete sobre responsabilidade, luto e o ciclo da violência. O perdão — para si e para os outros — é central, envolvendo também sua família e sua noiva, Indigo Mateo, ativista pelos direitos dos presos.
O projeto é fruto de uma colaboração igualitária entre Jacobs, a diretora Contessa Gayles e o produtor richie reseda, todos comprometidos com princípios feministas-abolicionistas. A produção recebeu apoio de organizações como Impact Partners e Artemis Rising Foundation.
Premiado no SXSW, BlackStar Film Festival e outros eventos, o longa também serve como ferramenta de impacto social, sendo levado a comunidades afetadas pelo sistema prisional.