Glass Onion: o que foi o desastre de Hindenburg?
O novo hit da Netlix, Glass Onion, serve como sequência de Entre Facas e Segredos e coloca novamente Daniel Craig no papel do detetive mais famoso do mundo, Benoit Blanc. Porém, dessa vez a mansão do primeiro filme é substituída por uma luxuosa ilha cercada por personagens igualmente ricos e prepotentes.
Ao longo de seus 149 minutos, Glass Onion faz diversas referências ao desastre de Hindenburg. Mas, afinal, o que foi esse desastre?
Em 1937, um dirigível alemão, com o nome de LZ 129 Hindenburg, pegou fogo e resultou na morte de 36 pessoas em Lakehurst, Nova Jérsei. Imediatamente, foi feita a ligação do incêndio com um vazamento de hidrogênio, gás responsável por sustentar o zepelim no ar.
O incêndio durou exatos trinta segundos. Essa rapidez está ligada às propriedades do hidrogênio, que, por ser muito leve, dissipa-se rapidamente, além de reter muito menos calor que chamas de hidrocarbonetos, como gás metano e butano.
Passados quase 90 anos desde o desastre, ainda não há uma resposta exata para o motivo do desastre de Hindenburg, porém, uma coisa é certa. Segundo a empresa Plug Power, “entre a meia dúzia de toerias que ainda são trabalhadas sobre os motivos do desastre, nenhuma delas aponta para o hidrogênio como culpado.”
Existe algo como a Klear retratado no filme?
Não e a resposta é simples, mas já vamos chegar lá. Hidrogênio pode ser utilizado como um biocombustível, tanto através de uma célula de combustível como por sua queima direta. Porém, assim que é produzido, hidrogênio é armazenado como um gás comprimido ou em sua forma líquida criogênica.
“Uma versão sólida do hidrogênio como a invenção de [Miles] Bron não seria comercialmente viável hoje devido a empecilhos técnicos e monetários”, afirma a Plug Power.
Pode acontecer um vazamento de hidrogênio?
O filme relata como um dos principais perigos do hidrogênio o seu potencial de vazamento, sendo danoso para o ser humano e colocando o mundo em uma condição de inflamável. Sobre sua flamabilidade, já dissertamos acima: hidrogênio é, sim, inflamável e queima muito mais rápido do que demais hidrocarbonetos.
Porém, há uma constatação equivocada no filme. Mesmo sendo uma molécula muito menor do que o gás metano, o vazamento de hidrogênio acontece na mesma taxa. Além disso, quando, de fato, acontece um vazamento, o hidrogênio se dissipa rapidamente devido à sua leveza em relação ao ar, enquanto o gás metano permanece próximo ao ponto de vazamento, gerando um risco muito maior.