Por que as novas gerações estão “cancelando” os filmes do James Bond?

Quem nunca viu uma foto de si mesmo de uns dez anos atrás e pensou: “por que eu achava que essa roupa era linda?”. Moda, música, filmes, todos são produtos do seu tempo que, inevitavelmente, irão ficar datados um dia. Depois de 50 anos com um nome bem estabelecido em Hollywood – mesmo que entre altos e baixos -, a franquia “James Bond” está cada vez menos popular entre as novas gerações.

Alguns elementos clássicos dos filmes “007” foram mais problematizados ao longo dos anos. Considerando que o primeiro filme da série, “007 Contra o Satânico Dr. No”, foi lançado em 1962, teria sido muito surpreendente se essa problematização não tivesse acontecido.

As “Bond Girls”

bond girls
Imagem: reprodução/Vogue France, Empire e People

Um elemento presente em basicamente todo filme do agente secreto é uma (muitas vezes mais de uma) mulher, as chamadas “Bond Girls”. Elas podem ser vilãs ou mocinhas, mas sempre são retratadas como mulheres sensuais, objetos de desejo do protagonista.

Bond já bateu em algumas Bond Girls, principalmente nos filmes dos anos 60, e, no geral, tem uma forma predatória de se aproximar delas. A socióloga estadunidense Linda Lindsey afirmou em um artigo de 2005 que as “Bond Girls” muitas vezes “retratam mulheres gostando de serem estupradas ou abusadas”. Em “007: Operação Skyfall” (2012), por exemplo, ele “resgata” Sévérine (Bérénice Marlohe), que foi vítima de exploração sexual quando criança, e pouco depois já inicia uma relação sexual com ela.

A masculinidade tóxica de James Bond

A forma como o herói trata as mulheres da trama está diretamente ligada a essa masculinidade que o personagem representa. James Bond é o típico “machão”, que resolve tudo na base da porrada, trabalha sozinho e consegue qualquer mulher que ele quiser (só não consegue manter a maioria delas viva até o fim do filme).

Falta de diversidade

O agente secreto já foi interpretado por sete atores, todos homens brancos, algo que se refletia em todo o elenco dos filmes. Nos filmes mais antigos, se um personagem não fosse branco, ele provavelmente era um vilão. Qualquer introdução de diversidade, seja com mulheres ou pessoas de cor, é imediatamente criticada pelos fãs da franquia, muitas vezes com ataques misóginos e racistas aos atores envolvidos.

Fonte: TV Over Mind.

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