Crítica | Annabelle 2 – É bom? Devo assistir?

Um dos principais lançamentos de terror de 2017, “Annabelle 2 – A Criação do Mal” tenta apagar a imagem negativa deixada pelo primeiro filme (de 2014). A boneca é uma das figuras mais assustadoras do “universo” criado por James Wan. Se no primeiro filme o diretor John R. Leonetti parecia não ter entendido a fórmula de Wan, David F. Sandberg mostra que essa situação mudou. Mesmo assim, o filme peca em diversos pontos e foge da excelência da linha Invocação do Mal.

Ao mesmo tempo em que chama atenção por onde passa, a boneca Annabelle é um grande desafio para qualquer diretor. Trata-se do “personagem” mais difícil de ser trabalhado, tendo em vista que não se movimenta sozinha (pelo menos isso não é mostrado), não fala e praticamente depende única e exclusivamente do seu entorno.

Neste contexto, Sandberg parece ter entendido as falhas do primeiro filme. A história de Annabelle 2 é muito bem construída, voltando para a origem da boneca e sua maldição.

Annabelle 2 – A Criação do Mal

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Direção: David F. Sandberg
Elenco: Anthony LaPaglia, Lulu Wilson, Miranda Otto, Stephanie Sigman, TAlitha Bateman, Alicia Vela-Bailey, Kerry O’Malley, Philippa Coulthard.
Gênero: Terror
Duração: 1h50
Nacionalidade: EUA

Anos após perder a filha em um trágico acidente, o casal Mullins decide abrigar uma jovem freira e algumas órfãs desalojadas. Anteriormente um habilidoso artesão de bonecas, Samuel Mullins dedica-se a cuidar da esposa, debilitada por um acidente. Ainda sem superar a perda da filha, o casal não esperava expor as jovens órfãs ao terror proporcionado por Annabelle.

Sob a produção de James Wan, o filme se esforça em mostrar uma boa história, além de ótimos sustos. O roteirista Gary Dauberman cria uma linha narrativa interessante, mostrando os passos que levaram ao surgimento de Annabelle. David Sandberg que já havia ido bem em “Quando as Luzes se Apagam”, apresenta uma condução muito parecida com a de Wan, criando ótimos jogos de câmera e trabalhando com uma fotografia muito bem dirigida por Maxime Alexandre.

O filme é realmente muito superior em relação ao primeiro, no entanto isso não garante satisfação total. A ideia, muitas vezes utilizada no universo Invocação do Mal, de trabalhar o silêncio, é praticamente esquecida.

O elenco tem diversas atuações que deixam a desejar, principalmente a de Anthony LaPaglia, que cria um Samuel Mullins extremamente canastrão. O elenco infantil consegue melhor desempenho, porém o foco narrativo é irregular e deixa o espectador um pouco desorientado na história.

Quanto a sustos, fique tranquilo, o filme entrega exatamente aquilo que promete. Muitas sequências perturbadoras que deixam o cinema em polvorosa aflição.

Annabelle 2 se posiciona como um produto extremamente comercial. Não perde a oportunidade de criar espaços para novos filmes e segue um modelo já conhecido pelo público. É um filme de terror realmente bom e muito melhor do que a maioria das produções lançadas no ano. Mas com todo seu potencial e a possibilidade da construção de uma história mais consistente, deixa a sensação de que poderia ser melhor.

Não deixe de ir ao cinema. “Anabbelle 2 – A Criação do Mal” lhe garantirá bons sustos e uma experiência divertida!

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