14 anos e milhões de dólares: o disco que quase afundou o Guns N’ Roses

Chinese Democracy é o sexto álbum de estúdio da banda norte-americana Guns N’ Roses, lançado mundialmente em novembro de 2008 após ficar conhecido como o “disco eternamente adiado”, pois a banda começara a trabalhar nele em 1996 e cancelou todas as datas de lançamento previstas desde o ano até a distribuição.

Segundo Axl Rose, uma versão do álbum já estava gravada e pronta para ser lançada em 2000, mas quando o produtor Roy Thomas Baker foi contratado ele decidiu que todas as 30 faixas tinham de ser refeitas sob sua supervisão, e Mike Clink, que trabalhou com o Guns desde seu primeiro álbum, também ajudou na edição e masterização.

O som de Chinese Democracy é frequentemente descrito como rock industrial semelhante ao estilo de bandas como Nine Inch Nails e Ministry, estilo que Axl sempre gostou, mas em uma entrevista em 2001 ele negou que o álbum girasse somente em torno desse estilo, que o mais perto disso era a música “Oh my God” e que o álbum trazia vários estilos diferentes, com grandes influências do blues.

Em uma entrevista em 2006 para a revista Rolling Stone, Axl falou sobre o álbum, o descrevendo como uma “gravação muito complexa”, ele disse que tentou fazer algo diferente, com influências do Queen e semelhante ao doom metal.

“Ditadura” de Axl, proibição na China e acusação de plágio

Por volta de 1994, todos os membros, exceto por Axl, estavam envolvidos com projetos paralelos e também andavam insatisfeitos com o comportamento de Axl e a situação da banda; o baixista Duff McKagan dizia que a banda estava “petrificada” e o guitarrista Slash acusava Axl de ter transformado o Guns numa “ditadura”.

Chinese Democracy foi totalmente coordenado por Axl em todos os aspectos: composição, gravação, produção, divulgação, escalação dos músicos, praticamente existindo como um disco solo de Axl Rose, sob a marca Guns N’ Roses.

Assim que foi lançado, Chinese Democracy foi imediatamente proibido na China devido a seu título e a referência negativa ao Falun gong, uma prática espiritual popular na Ásia. O álbum foi banido das lojas e o Guns foi permanentemente proibido de tocar no país.

Em outubro de 2009 a gravadora Domino Records, representando o músico Ulrich Schnauss, entrou com um processo contra o Guns acusando a banda de plágio na canção “Riad ‘n the Bedouins”, argumentando que partes instrumentais foram copiadas da canção “Wherever You Are”, que Ulrich lançou no álbum Far Away Trains Passing By em 2001.

Axl negou todas as acusações e o processo ainda corre, com a Domino exigindo uma indenização de 1 milhão de dólares pelo suposto plágio.

Mesmo assim, o álbum foi recebido com críticas geralmente positivas da maioria dos avaliadores, como no Metacritic por exemplo, onde cada avaliação independente é somada para extrair um valor percentual, e o álbum recebeu um total de 64% de aprovação.

Além disso, Chinese Democracy estreou nos Estados Unidos na 3ª posição da Billboard 200 vendendo cerca de 261 mil cópias, e no Canadá em 1º na Canadian Albums Chart com 83 mil cópias vendidas na primeira semana. O álbum também estreou em 2º lugar na UK Albums Chart do Reino Unido atrás de Day & Age do The Killers.

O álbum também chegou ao 1º lugar das paradas de outros 6 países, e também atingiu o topo da European Top 100 Albums, conseguindo Disco de Platina por vender mais de 1 milhão de cópias no território europeu e também nos Estados Unidos com 1 milhão de cópias.

Apesar de suas controvérsias, o disco também conseguiu chegar a Platina tripla no Canadá e ganhar outros 5 certificados de Platina e 6 de Ouro ao redor do mundo, com cerca de 3 milhões de cópias comercializadas desde seu lançamento.

O disco contou com a seguinte formação:

  • Axl Rose – vocal e piano
  • Dizzy Reed – teclados
  • Tommy Stinson – baixo
  • Chris Pitman – teclados
  • Ron “Bumblefoot” Thal – guitarra
  • Richard Fortus – guitarra
  • Frank Ferrer – bateria
  • Buckethead – guitarra
  • Robin Finck – guitarra
  • Paul Tobias – guitarra
  • Bryan Mantia – bateria
  • Josh Freese – bateria

Músicos de sessão:

  • Pete Scaturro – teclados em “Sorry”
  • Sebastian Bach – backing vocals em “Sorry”
  • Suzy Katayama – trompete em “Madagascar”
  • Patti Hood – harpa em “This I Love”
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