O álbum é de abril de 2011, mas como ouvi só hoje e é bom pra mais de metro, eu resenho agora. O We Are the Damned (que puta nome legal!) é uma das muitas bandas do meu amigo Ricardo Correia. Não está ligando o nome à pessoa, não é mesmo? Pois bem, Ricardo Correia é também conhecido por Rick Chain, vocalista do Besta. Esse jovem atarefado, fã e amante do underground, nos presenteia com mais uma de suas criações e, sem rasgação de seda inútil, o cara tem talento pra coisa!

Com o título de Holy Beast, o petardo é composto por treze faixas de qualidade inquestionável, demonstrando uma banda que tem conhecimento de causa e habilidade de sobra neste tipo de entretenimento. O som praticado pelo grupo é bem diferente daquele Grindcore insano feito pelo Besta. A praia aqui é bem outra. Imagine uma base melódica, ao estilo de Gotemburgo (At the Gates, por exemplo), unida a uma veia Crust/Hardcore intensa, semelhante ao Wolfbrigade e Disfear, com uma pitadinha de Remains of the Day pra dar um sabor especial. Essa mistureba toda rende ótimos momentos, como podemos observar em Serpent, a “wolfbrigadeana” Throne of Lies, na acelerada Christian Orgy, em Atrocity Idol, e na interminável instrumental Lucifer Vip (Chapter II), onde a banda explora seu lado mais progressivo, abusando de mudanças de clima/tempo e viradas inesperadas. É impressionante a versatilidade da voz de Rick, pois se no Besta o que ele canta é ininteligível, aqui ele demonstra total controle de seu “instrumento”, com partes mais limpas se contrapondo com outras mais ásperas e abrasivas. Acompanham Rick na empreitada, Lafaia (bateria, também do Besta) e Cabrita (guitarra e baixo).
A produção, a cargo de Ulf Blomberg (Simbiose, End of All, Inevitable End, M.40, entre outros), é perfeita, deixando a timbragem de todos os instrumentos cristalina, com aquele aspecto bem sueco mesmo, porém sem abrir mão do peso e agressividade. A arte da capa (criada por Cabrita, o guitarrista) também merece efusivos elogios, tanto pela criatividade, quanto pela estética demoníaca, casando perfeitamente com o título do álbum e nome da banda.

Quando eu penso que já ouvi tudo que é banda de Portugal, eis que sou pego de surpresa novamente. Grande banda que merece ser reconhecida já! Espero que essa resenha seja a introdução para isso.
Nota: 9
Faixas:
- The Anti-Doctrine
- Serpent
- Throne of Lies
- Devorador dos Mortos
- Christian Orgy
- Diogo Alves 1841
- Atrocity Idol
- Summon the Black Earth
- Viral Oration
- The Glorious Grisly
- Vengeance Havoc
- Raping the Law of the Land
- Lucifer Vip (Chapter II)
Formação:
- Correia (vocal/guitarra)
- Lafaia (bateria)
- Cabrita (baixo/guitarra)
Contatos:
http://wearethedamnedofficial.bandcamp.com/album/holy-beast
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