Com novo clipe e disco, Doctor Pheabes prepara retorno ao Lollapalooza

Os paulistas do Doctor Pheabes terão um 2017 agitado. No primeiro semestre, são atração do Lollapalooza, evento em que já participaram, en 2015, e retornam com novo disco. “Welcome to My House” vem após o aclamado “Seventy Dogs”, de 2013.

Amigos e entrosados no palco, Parras (vocal, piano e guitarra), Magrão (guitarra), Escocês (baixo) e Paul (bateria) são amigos desde os anos 80, quando começaram a tocar juntos. Na carreira, já abriram shows de bandas como Black Sabbath, Guns N’ Roses e Rolling Stones.

Confira nossa conversa com o guitarrista Magrão:

A banda começou na década de 80 e só lançou seu primeiro disco em 2013. Esse tempo serviu de amadurecimento para a produção de um material mais coeso? Como surgiu essa decisão de apostar no lançamento de Seventy Dogs?

Sim. O Parras e eu somos irmãos e o Escocês e o Paul também. Somos amigos de infância e a banda é uma das boas consequências dessa amizade. Nós nos formamos e foi preciso nos dedicar às profissões além da música. Demorou um tempo até conseguirmos alinhar as duas carreiras. Quando lançamos o Seventy Dogs, já estávamos em uma condição mais favorável, tanto de amadurecimento musical quanto de tempo para dedicar à música.

Vocês seguem a linha de rock n’ roll clássico e mostram muito entrosamento no palco. O show é realmente uma reunião de amigos que gostam de rock e se juntam para tocar? Vocês mantém profissões paralelas?

Sim. Como disse anteriormente, somos amigos de infância. Curtíamos, juntos, o bom rock’n’roll. Na época, o acesso aos álbuns internacionais, de heavy metal, era difícil. Mas na escola sempre existia um grupo mais interessado no estilo e a gente ia trocando informações. Um amigo de um amigo tinha um disco, o irmão mais velho de alguém tinha outro… assim, nós conhecíamos as músicas e os artistas.

Cada um de nós tem uma profissão em paralelo à música. Hoje, temos mais tempo para nos dedicar ao rock.

Vocês estão com novo disco.  O show do Lollapalooza já terá esse material?

O novo disco já está pronto. Nesse disco, a ideia foi resgatar um pouco o som de banda de garagem, tanto em termos de composição quanto em termos de sonoridade. Como a gente sempre teve influência de bandas que tinham raízes no blues, nós trouxemos as backing vocals para integrar o grupo e dar mais a cara das bandas das décadas de 70/80. Vamos mostrar esse novo material no Lollapalooza.

Falando em Lollapalooza, qual a satisfação de retornar para o festival? Tratando-se de um evento muito amplo, com diferentes bandas e estilos, como montar um setlist certeiro?

É inexplicável. O clima dos festivais é diferente. Há uma união das bandas, todo mundo dividindo o mesmo espaço. Para nós é a maior realização. Saber que nossos ídolos vão tocar no mesmo lugar é indescritível. O foco do setlist vai ser no novo álbum “Welcome To My House”, mas também vamos tocar algumas do “Seventy Dogs” e dois ou três covers de bandas de rock dos anos 70 e 80.

Vocês parecem uma banda muito tranquila quanto suas pretensões. Mesmo com o crescente sucesso, dão um passo de cada vez e deixam claro que o mais importante é manter a raiz do rock n’ roll, porém, fazendo algo que gostam muito, em que ponto isso interfere na avaliação comercial? Em algum momento é preciso separar as coisas e ter um olhar mais racional e comercial sobre a cena e atuação do grupo?

Sempre nos mantemos fieis ao bom rock´n´roll. Nossas músicas têm muita influência do rock dos anos 70 e 80. A parte comercial é importante, sim, mas temos um bom networking com empresas que organizam eventos. Estamos sempre em contato e, para participar de festivais e outros shows, enviamos material da banda para avaliação. E cada um de nós tem profissões paralelas à banda. Ainda não dá para viver somente da música.

Em diversas oportunidades tocaram antes de bandas históricas do rock. Esse contato com os ídolos da uma motivação e inspiração extra?

Estar no mesmo ambiente dos seus ídolos é fantástico. Poder estar com o mesmo público, no mesmo palco, com os mesmos equipamentos. É uma realização para cada um de nós e, sem dúvida, traz uma inspiração extra. Você ver de perto a paixão dos seus ídolos pelo bom rock´n´roll.

E quando o assunto é cinema, as referências também são os clássicos? Filmes influenciam no processo de composição?

Claro! O próprio nome da banda é uma referência à série de filmes do Vincent Price: “O Abominável Dr. Phibes”. Nós assistíamos aos filmes, extasiados com aquele cenário de horror misturado com uma boa dose de humor negro.  O processo de composição é muito empolgante. Tudo pode ser inspiração, principalmente quando se está numa banda e isso é feito em conjunto.

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